Charles
Chaplin
Foi diretor, ator, músico, roteirista,
cenógrafo - praticamente, fez de tudo em seu ofício
e tornou seu nome e de seu mais famoso personagens ícones
universais de uma arte. Em suma, o maior de todos os gênios
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Principais Filmes
Em Busca do Ouro / Luzes da Cidade / Tempos
Modernos
O maior mito do cinema e inegavelmente um
de seus maiores gênios. Foi um dos grandes pioneiros em todos os
sentidos - inclusive ao contrapor-se ao sistema dos estúdios que
detinham controle absoluto sobre seus atores, antes considerados meros
coadjuvantes. Nesse sentido, foi também um dos primeiros astros
de fato formados pelo cinema. Criou com DW Griffith, Mary Pickford e Douglas
Fairbanks a United Artists em 1919, época em que já era
considerado um nome á parte.
Charles Spencer Chaplin nasceu em 16 de abril de 1889 em Londres. Ficou
órfão de pai muito cedo e sua mãe sofreu repetidas
internações em hospitais psiquiátricos, razão
pela qual viveu grande parte da infância em orfanatos e mesmo nas
ruas. Trabalhando em cafés-concertos, tornou-se conhecido como
ator de pantomimas. Durante uma turnê nos Estados Unidos foi visto
por um produtor cinematográfico , Mack Sennet, o rei da comédia,
e, em dezembro de 1913, estreava como ator de cinema trabalhando na Keystone,
companhia de Sennet.
Conseguiu, ao longo de 35 curtas feitos para Sennett, tornar-se popular
e criar Carlitos, o personagem que moldaria sua carreira e uma era inteira
do cinema. Surgiu pela primeira vez em "The Tramp" - "os
32 minutos de silêncio mais barulhentos da história do cinema"
( Revista Época - Edição Especial Milênio ).
Chaplin resumiria sua criação:
" Esse tipo tem muitas facetas: é um vagabundo,
um cavalheiro, um poeta, um sonhador, um sujeito solitário, sempre
ansioso por amores e aventuras. Ele seria capaz de fazê-lo crer
que é um cientista, um músico, um duque, um jogador de pólo.
Mas não está acima de certas contingências. Se as
circunstâncias o exigirem, será capaz de dar um pontapé
no traseiro de uma dama, mas somente no auge da raiva."
Com a figura do vagabundo, construiu grandes obras primas:
O Garoto ( 1921 ), Em Busca do Ouro (1925), O Circo (1928) e Luzes da
Cidade (1931) entre as principais. Com o advento do cinema falado, os
filmes do personagem começaram a escassear - "Se o vagabundo
falar, ele morre" disse Chaplin. Tempos Modernos (36) menteve silencioso
- e de forma memorável - sua criação, e foi a última
aparição. Com "O Grande Ditador", Chaplin já
começaria a experimentar a reação negativa do público,
que não entendeu a mensagem que passava. Seus filmes posteriores
não conseguiram mais a mesma admiração do público.
"Luzes da Ribalta" (52) é o testamento poético
do grande gênio, interpretando no palhaço Calvero seu próprio
alter-ego e dividindo o palco, numa cena histórica, com Buster
Keaton. "Monsieur Verdoux" e "A Condessa de Hong Kong"
foram mal recebidos.
O maior tormento do ator, no entanto, ocorreu fora das telas. Sua vida
sentimental foi tão conturbada quanto suas complicações
políticas devido às suas posições fortes.
Casou-se quatro vezes, três delas com estrelas de seus filmes, das
quais se divorciou com escândalo: Mildred Harris, Lita Grey e Paulette
Goddard. Em 1944, um ano depois de seu casamento com Oona, filha do dramaturgo
Eugene O'Neill, foi processado pela suposta paternidade de um filho de
Joan Barry.
Shoulder Arms (1918; Ombro armas!) provocou protestos de patriotas e conservadores
americanos - o filme mostra o vagabundo chutando a bunda de um guarda
da imigração. Suas idéias, crenças e fortes
posições políticas o indispuseram com setores da
sociedade americana voltadas ao conservadorismo e a J. Edgar Hoover, futuro
diretor do FBI. Pressionado pelo governo americano, o cineasta abandonou
a América que tanto amava ( e não foi para a Inglaterra
Natal, onde era considerado um desertor ) e passou a residir na Suíça
a partir de 1952, no auge do macartismo. Em 1972 Hollywood pediu-lhe desculpas
na mais emocionante de todas as ovações já vistas
na Academia, de Artes Cinematográficas, quando recebeu um Oscar
honorário. Era gênio absoluto em sua arte, e fez de tudo:
escreveu, dirigiu, atuou, planejou cenários e compôs as músicas
de seus filmes. Em 1975 foi agraciado pela rainha Elizabeth II com o título
de Sir. A morte buscou-lhe poética na noite de Natal, 25 de dezembro
de 1977, em Corsier-sur-Vevey, Suíça.
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