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1. Do Teatro de Sombras aos Cinematógrafo

1. Do Teatro de Sombras ao Cinematógrafo

Cabe aos irmãos Louis e August Lumiére a invenção do cinema, mas antes que eles chegassem ao seu Cinematógrafo,a arte de reproduzir imagens já era antiga. Cerca de 5000 a.C. o jogo de sombras já surgia na China, projetando sobre paredes ou telas de linho figuras diversas recortadas e manipuladas, cuja ação era descrita por um narrador.

Leonardo DaVinci cita, em Codex Atlanticus, seu princípio da Câmera Escura, já contendo referências tímidas ao relevo e à cor. De certa forma, foi o primeiro a Ter uma noção abrangente dos princípios da Cinematografia, em pleno século XV. Foi com base no enunciado de DaVinci que o físico italiano Giambattista Della Porta, no século seguinte, contrói a câmera escura. Mas o primeiro invento a obter alguma popularidade surgiu no século XVII através do jesuíta alemão Athanasius Kirscher, com sua Lanterna Mágica, uma inversão da câmera escura de Della Porta. Na Lanterna Mágica, as imagens são projetadas de fora para dentro. O invento torna-se popular na sua época e na opinião de historiadores como Croissac, o cinema não teria existido sem sua invenção.Já no século XVIII o físico belga Robertson vale-se das descobertas anteriores para criar um dos futuros movimentos de câmera importantes, o travelling, através de seu fantascópio, uma lanterna mágica aperfeiçoada que rodava sobre um carrinho permitindo aproximar a afastar a tela diminuindo ou aumentando a projeção.
O fenômeno da persistência retiniana (fração de segundo em que a imagem permanece na retina), descoberto pelo inglês Peter Mark Roger, em 1826 permite o desenvolvimento de vários aparelhos destinados a registrar imagens paradas. A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representam um avanço decisivo na direção do cinematógrafo.
É no século XIX que as invençõies se multiplicam e surgem vários equipamentos que, de certa forma, aperfeiçoam ou fazem ver de outra maneira a mesma arte. O Fenacitoscópio do belga Joseph Plateau ¹ é um dos mais importantes.

Semelhante ao invento de Plateau surgem o Estroboscópio do austríaco Simon Von Stampfer e o Zootrópio do britânico William George Horner, em 1834 ( dois anos depois do Fenacistoscópio ), com alguns avanços.
O britânica Edward Muybridge ² faz um cavalo galopar em frente a câmeras para fotografá-lo e depois dar a idéia de movimento. Em 1864, o revóler astronômico do francês P.J. Janssen tenta fotografar, mas sem continuidade um eclipe do sol. Seu princípio foi baseado na criação do revólver. Baseado no mesmo princípio, Étienne Jules Marey cria o fuzil fotográfico, que registra imagens com 1/12 de segundo. O aparelho : um tambor forrado por dentro com uma chapa fotográfica circular.

Muito importante foi a criação do Praxinoscópio em 1877 pelo francês Émile Reynaud, que fixava películas de celulóide perfuradas nos dentes do aparelho. Estava criada a base para o filme cinematográfico. A princípio uma máquina primitiva, composta por uma caixa de biscoitos e um único espelho, o praxinoscópio é aperfeiçoado com um sistema complexo de espelhos que permite efeitos de relevo. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projeção possibilitam a realização de truques que dão a ilusão de movimento. O filme foi patenteado em 1888. O fonoscópio, criado pelo francês Georges Demeny reconstitui os movimentos de uma pessoa falando em 1891. A raiz Kinema surge já com o Quinefonógrafo do escoês William Kennedy L. Dickson.
Em 1884, George Eastman inventou o celulóide. Com isso pôde-se colocar, numa mesma fita, uma infinidade de imagens

Thomas Alva Edison inventa o Quintógrafo ou Cinetógrafo e, em 1894, o Quinetoscópio ou Cinetoscópio. A importância do aparelho faz com que muitos considerem Edison o verdadeiro inventor do cinema. Ao lado do seu aparelho, o fonógrafo, Edison ³ já tentava juntar imagens e sons num filme.

Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) nascem em Besançon, na França. Filhos de um fotógrafo e proprietário de indústria de filmes e papéis fotográficos, eram praticamente desconhecidos no campo das pesquisas fotográficas até 1890. Após freqüentarem a escola técnica, realizam uma série de estudos sobre os processos fotográficos, na fábrica do pai, até chegarem ao cinematógrafo. Louis Lumière é o primeiro cineasta realizador de documentários curtos. Seu irmão Auguste participa das primeiras descobertas, dedicando-se posteriormente à medicina.O aparelho – uma espécie de ancestral da filmadora – é movido a manivela e utiliza negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O cinematógrafo torna possível, também, a projeção das imagens para o público. O nome do aparelho passou a identificar, em todas as línguas, a nova arte (ciné, cinema,kino etc.).

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